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O que podemos aprender com o caso Synapse?

Caso Synapses
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O colapso da Synapse, uma das principais empresas do modelo Banking-as-a-Service (BaaS), gerou um impacto significativo no setor de fintechs e expôs falhas estruturais que colocam em risco milhões de consumidores.

A empresa, que atuava como intermediária para outras fintechs oferecerem serviços bancários, declarou falência em 2024, deixando milhares de clientes e fintechs sem acesso aos fundos depositados.

O impacto financeiro é significativo: cerca de US$ 85 milhões desapareceram, gerando dúvidas sobre a confiabilidade desse modelo de negócios. Este caso destaca a necessidade de supervisão regulatória, práticas mais seguras de gerenciamento financeiro e maior transparência nas operações.

Caso Synapses

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Como o caso Synapse começou?

A Synapse entrou em recuperação judicial nos Estados Unidos em abril de 2024, após uma série de problemas financeiros e operacionais. Entre os fatores que culminaram no colapso estão:

  • Gestão de fundos inadequada: a empresa misturou os fundos dos clientes em contas FBO (For Benefit Of), dificultando a rastreabilidade de saldos individuais.
  • Conflitos com bancos parceiros: disputas legais com instituições como Evolve Bank & Trust agravaram a crise financeira.
  • Falta de supervisão: a ausência de regulamentação permitiu que práticas arriscadas se perpetuassem, resultando em uma dívida de US$ 85 milhões em fundos desaparecidos.
  • Falta de segurança da informação: além disso, um ataque de ransomware em 2024 comprometeu dados pessoais de clientes, incluindo informações de parceiros como Affirm e Wise, ampliando os danos.

O colapso da Synapse

A Synapse desempenhava um papel essencial no setor de BaaS, permitindo que startups lançassem rapidamente serviços financeiros. No entanto, a falta de supervisão regulatória contribuiu para a má gestão de fundos e registros inconsistentes. Com sua falência, mais de 100 fintechs e milhões de consumidores foram afetados, destacando a interdependência do setor.

Entre os problemas enfrentados, destacam-se:

  • Falta de transparência: fundos dos clientes foram misturados em contas FBO (For Benefit Of), dificultando a identificação dos saldos de usuários individuais.
  • Perda de confiança: clientes de fintechs como Copper e Mainvest perderam acesso a seus fundos, levando algumas empresas a encerrarem operações.
  • Conflitos jurídicos e técnicos: disputas com provedores de banco de dados complicaram ainda mais a recuperação de valores para os clientes.

Por que US$ 85 milhões estão desaparecidos?

De acordo com a ex-presidente da FDIC e curadora do processo de falência, Jelena McWilliams, os fundos desapareceram devido a uma combinação de má gestão financeira e falhas nos sistemas de registro da Synapse. Entre os problemas identificados:

  • Falta de segregação de fundos: os depósitos dos consumidores foram misturados, dificultando o rastreamento de saldos individuais.
  • Governança deficiente: o sistema de registros da empresa permitia discrepâncias entre os saldos reportados aos bancos parceiros e os valores reais em conta.
  • Uso indevido de recursos: parte dos fundos foi movida entre instituições financeiras sem o devido controle.

O processo de reconciliação ainda está em andamento, mas a falta de dados claros dificulta a devolução dos valores para os usuários.

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Entenda o Modelo Banking-as-a-Service (BaaS)

O Banking-as-a-Service permite que fintechs ofereçam serviços financeiros como emissão de cartões, contas digitais e processamento de pagamentos sem a necessidade de possuir uma licença bancária. 

Empresas como a Synapse funcionam como intermediárias, conectando bancos tradicionais a startups financeiras, simplificando o acesso a estruturas bancárias.

Embora inovador, esse modelo opera em uma área cinzenta de supervisão regulatória, permitindo que fintechs lancem serviços rapidamente, mas sem o mesmo nível de governança exigido de bancos tradicionais.

O papel da regulação no setor BaaS

O caso Synapse demonstra a necessidade de regulamentação mais robusta para empresas de BaaS. Atualmente, muitas dessas empresas operam fora da supervisão dos reguladores bancários, como a FDIC e o Federal Reserve. Algumas mudanças essenciais são:

  • Supervisão de BaaS: reguladores devem ter autoridade para fiscalizar as operações de empresas de BaaS, garantindo que estas sigam práticas financeiras seguras e transparentes.
  • Separação de fundos: as fintechs devem ser obrigadas a manter os depósitos de clientes em contas segregadas, evitando a mistura de fundos e garantindo maior segurança para os usuários.
  • Revisão de parcerias: os bancos parceiros precisam estabelecer critérios mais rígidos para trabalhar com fintechs, priorizando empresas que demonstrem conformidade regulatória e sistemas robustos de gerenciamento.

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Impactos no setor de fintechs

Mais de 100 fintechs e milhões de consumidores foram afetados pela falência da Synapse. Alguns dos principais impactos incluem:

Clientes sem acesso a fundos

Plataformas como Copper, Yotta e Juno enfrentaram dificuldades para devolver dinheiro aos usuários. Famílias e pequenas empresas que utilizavam essas fintechs ficaram com seus recursos congelados por semanas.

Interrupção de operações

Empresas como Mainvest, especializada em crédito para restaurantes, encerraram suas atividades devido à dependência da infraestrutura da Synapse. Startups menores, com menos recursos para reagir à crise, foram as mais impactadas.

Perda de confiança

A crise abalou a confiança no modelo BaaS, levando investidores e consumidores a questionarem a segurança de serviços financeiros digitais intermediados por empresas sem supervisão direta.

Lições para o mercado de fintechs

O colapso da Synapse oferece aprendizados valiosos para o setor financeiro. Algumas das principais lições incluem:

Importância da transparência

Empresas de fintechs devem adotar práticas que garantam maior visibilidade para os consumidores, como sistemas de registro acessíveis e auditáveis em tempo real.

Governança e compliance

A implementação de estruturas de governança eficazes é fundamental para evitar crises similares. Isso inclui auditorias regulares, conformidade com regulamentações e maior comunicação com bancos parceiros.

Parcerias estratégicas

Fintechs devem priorizar parcerias com instituições financeiras consolidadas, reduzindo o risco de falhas operacionais.

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O futuro do Banking-as-a-Service

Embora o modelo BaaS tenha sofrido um abalo, ele continua sendo uma ferramenta para a inovação no setor financeiro. A crise da Synapse pode servir para impulsionar reformas regulatórias e incentivar melhores práticas no mercado.

Regulação como aliada

A supervisão adequada permitirá que empresas de BaaS operem com mais segurança, reduzindo os riscos para consumidores e investidores.

Adaptação do mercado

Empresas que investirem em compliance e governança terão vantagem competitiva, conquistando a confiança do mercado e estabelecendo novos padrões para o setor.

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