O mercado imobiliário nos Estados Unidos tem se tornado um dos principais destinos para investidores brasileiros que buscam diversificação de patrimônio e oportunidades de negócios.
No Glincast, o empresário John Silva compartilhou sua jornada de 25 anos na Flórida, desde sua chegada aos Estados Unidos até a consolidação de seu nome como corretor e investidor de imóveis.
Silva relembra os desafios iniciais, sua entrada no setor de construção civil e como conseguiu transformar sua experiência em um negócio próspero no ramo imobiliário. Confira!
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Do Brasil para os Estados Unidos
John Silva deixou o Brasil aos 19 anos, vindo de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, sem uma carreira estabelecida. “Eu tinha recém-feito 19 anos quando vim para cá. No Brasil, eu estava cursando economia, mas não me identificava muito com o curso. Quando surgiu a oportunidade de vir para os Estados Unidos com um amigo, decidi arriscar”, conta.
A primeira experiência no país foi breve. Ele passou cerca de cinco meses acompanhando rodeios e fazendo pequenos trabalhos. No entanto, ao retornar ao Brasil, percebeu que queria uma nova chance nos Estados Unidos. “Quando voltei para cá, meus pais disseram que, se eu quisesse ir de novo, teria que ser para trabalhar. Foi aí que minha vida realmente começou”, relembra.
Dessa vez, John não perdeu tempo. Trabalhou em diversas áreas, incluindo lava-jatos, hotéis e construção civil. Aos poucos, começou a entender as oportunidades do mercado americano e percebeu que poderia construir algo maior.
A transição para o mercado imobiliário
Foi na construção civil que Silva encontrou sua primeira grande oportunidade. Ele começou instalando forros em casas e, em poucos meses, já estava participando de projetos maiores. “A construção me ensinou muito sobre trabalho duro e sobre como o mercado imobiliário funciona. Foi ali que comecei a olhar para o setor de imóveis de forma mais estratégica”, explica.
O grande ponto de virada veio quando ele conseguiu um emprego em uma empresa de alumínio, onde rapidamente se destacou. “Comecei com um pequeno time e, em menos de um ano, já estávamos com 40 funcionários. Isso me deu uma visão mais ampla de como os negócios funcionavam aqui”, conta John.
Com o tempo, o interesse pelo setor imobiliário cresceu, e ele decidiu se tornar corretor de imóveis. “Eu via os corretores trabalhando, bem vestidos, conversando com clientes, e pensei: ‘Quero estar desse lado da mesa’. Foi aí que tirei minha licença de corretor em 2005”, relata.
Os desafios da crise de 2008 e a consolidação no setor
A ascensão no mercado foi interrompida pela crise imobiliária de 2008, que impactou fortemente o setor de construção. “De repente, o que era um mercado aquecido entrou em colapso. Muitas empresas quebraram, incluindo a que eu trabalhava. Foi quando percebi que precisava mudar de estratégia”, explica.
Foi nesse momento que ele migrou completamente para a corretagem de imóveis. Com experiência na construção e conhecimento do mercado, ele começou a atender clientes que buscavam boas oportunidades. “Meu primeiro cliente imobiliário, há quase 20 anos, ainda compra comigo. Isso mostra que o relacionamento e a confiança são fundamentais nesse setor”, destaca.
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O mercado imobiliário da Flórida e o perfil dos compradores
Hoje, John Silva é um nome consolidado no setor imobiliário da Flórida, especialmente nas regiões de Orlando, Windermere, Winter Garden e Clermont. Diferente da maioria dos corretores, ele foca em imóveis para residência fixa, e não apenas em casas para aluguel de temporada.
“O que se vende muito no Brasil são casas para aluguel de férias na Disney, mas esse não é o foco dos meus clientes. Eu trabalho principalmente com médicos, advogados, empresários e pecuaristas que querem investir em um patrimônio sólido nos EUA”, explica.
Ele alerta que o mercado de casas de férias pode não ser tão lucrativo quanto parece. “Muitos corretores promovem casas de temporada porque há bônus altos das construtoras, mas poucos falam dos custos operacionais. Quem compra esse tipo de imóvel precisa estar ciente dos desafios, como despesas elevadas e baixa liquidez na revenda”, adverte.
Financiamento para estrangeiros nos EUA
Para brasileiros que desejam comprar imóveis nos Estados Unidos, há diversas opções de financiamento. “Hoje, bancos como BB Americas e Bradesco oferecem financiamentos a partir de 25% de entrada, com prazos de 15 a 30 anos e juros na faixa de 6% a 7% ao ano”, explica o empreendedor Silva.
O processo de aprovação considera a renda e os ativos do comprador no Brasil, e não seu histórico financeiro nos EUA. “O cliente precisa apresentar documentos como balanço contábil e extratos bancários. O importante é mostrar ao banco que ele tem capacidade financeira para arcar com o financiamento”, detalha.
Além disso, John enfatiza que comprar imóveis nos Estados Unidos é um processo seguro e transparente. “Aqui, todo o dinheiro da transação passa por uma Title Company (empresa de escrituração), que garante que o comprador receberá o imóvel sem dívidas e que o vendedor será pago corretamente”, afirma.
Tendências e expectativas para o mercado imobiliário na Flórida
Sobre as perspectivas para os próximos anos, John Silva acredita que o mercado deve passar por uma readequação de preços, especialmente para compradores residentes. “As casas praticamente dobraram de valor desde 2021, mas a renda per capita da região não acompanhou esse crescimento. Isso pode levar a uma correção nos preços em algumas áreas”, analisa.
Ele também destaca a alta demanda por imóveis na Flórida. “Cerca de 1.000 pessoas se mudam para o estado todos os dias, o que mantém o mercado aquecido. No entanto, o perfil dos compradores está mudando, e quem deseja investir precisa estar bem assessorado para fazer boas escolhas”, aconselha.
Dicas para quem quer empreender no mercado imobiliário americano
Para aqueles que desejam ingressar no mercado imobiliário nos EUA, John Silva destaca a importância da preparação e da ética profissional. “Não existe atalho para o sucesso. É preciso estudar o mercado, construir credibilidade e sempre colocar os interesses do cliente em primeiro lugar”, afirma.
Ele também recomenda que os interessados busquem suporte profissional antes de investir. “A escolha do imóvel certo, na localização correta, faz toda a diferença. Um investimento mal planejado pode resultar em perdas significativas”, alerta.
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